O falecimento do Papa Francisco nesta semana, aos 88 anos, marca o fim de um pontificado que deixou marcas profundas em diversas partes do mundo — inclusive na Amazônia brasileira. Uma das iniciativas que melhor simbolizam esse legado é o Barco Hospital Papa Francisco, que desde 2019 leva dignidade e atendimento médico gratuito a comunidades ribeirinhas isoladas no oeste do Pará.


A unidade flutuante de saúde já realizou mais de 565 mil atendimentos em 121 expedições, alcançando regiões que tradicionalmente não têm cobertura adequada do sistema público. A embarcação atende comunidades como Aritapera e Urucurituba, em Santarém, além de municípios como Óbidos, Oriximiná e Terra Santa.
O projeto nasceu a partir de um pedido feito pelo próprio pontífice durante sua visita ao Brasil, em 2013, quando pediu aos franciscanos da Providência de Deus que voltassem seus olhos para a floresta amazônica e cuidassem de suas populações. O apelo virou missão: oferecer cuidado, dignidade e saúde a quem vive em regiões onde o acesso ainda é precário ou inexistente.

O Barco Hospital é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) e a Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus. Equipado com estrutura moderna e uma equipe multiprofissional, o barco realiza consultas, exames e até cirurgias, funcionando como um hospital completo sobre as águas.
Durante a pandemia de Covid-19 e nos períodos de seca severa que dificultam ainda mais o acesso à saúde, a embarcação foi fundamental para salvar vidas. Mais do que uma estrutura médica, tornou-se símbolo de solidariedade, presença e compromisso humano — valores que marcaram o pontificado de Francisco.
Agora, com a partida do Papa, o Barco Hospital que leva seu nome segue navegando como testemunho concreto de um legado que uniu fé e ação nas margens dos rios da Amazônia.