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Jovem morre com sintomas de dengue e família acusa hospital de abandono em Bom Jesus do Tocantins

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1 jul

A morte da adolescente Yasmin Feller, de 16 anos, no Hospital Municipal de Bom Jesus do Tocantins, no sudeste do Pará, gerou comoção e revolta entre moradores da cidade. A família acusa o hospital de negligência médica e abandono no atendimento. A jovem deu entrada na unidade com sintomas graves, suspeita de dengue hemorrágica, mas só foi transferida para outro hospital quando já estava em estado crítico. Ela não resistiu e morreu no dia 20 de abril.

Segundo familiares, Yasmin apresentava fortes dores no peito e abdômen, vômitos e dificuldade para respirar. Mesmo com sinais evidentes de gravidade, o atendimento no hospital municipal teria sido superficial. A denúncia encaminhada ao Ministério Público relata que a jovem recebeu medicamentos contraindicados para pacientes com dengue — como cetoprofeno e prednisona — e que não houve acompanhamento médico adequado.

Outro ponto grave apontado na denúncia é a presença de estagiários atuando sem supervisãodurante o plantão. Além disso, a família afirma que a transferência só ocorreu por insistência dos parentes, já que a equipe do hospital e a Secretaria de Saúde não teriam tomado providências por conta própria.

População cansada de descaso

Moradores da cidade afirmam que este não é um caso isolado. Há anos, queixas sobre maus atendimentos se repetem, muitas vezes envolvendo os mesmos profissionais. Em muitos relatos, pacientes dizem ter sido ignorados ao relatarem sintomas graves — recebendo como resposta apenas uma orientação para “beber água e repousar”.

“Já passou da hora de mudar. Não é normal uma pessoa ir ao hospital e sair de lá pior, ou sair direto para o cemitério”, comentou uma moradora em uma roda de conversa no centro da cidade.

Conselho de Saúde em silêncio

O silêncio do Conselho Municipal de Saúde também tem gerado revolta. A população cobra uma atuação mais firme do órgão, que tem como função justamente fiscalizar a qualidade dos serviços e denunciar irregularidades.

“Esse tipo de situação mostra que tem gente fazendo vista grossa. A cidade está desassistida. Até quando vamos perder jovens por falhas que poderiam ser evitadas?”, questiona um servidor público que também pediu anonimato por medo de retaliações.

Ministério Público deve investigar

O caso agora está nas mãos do Ministério Público, que recebeu a denúncia formal no início de maio. O documento pede investigação urgente da conduta dos profissionais envolvidos, da atuação da gestão municipal e da estrutura hospitalar em finais de semana — quando geralmente não há médicos plantonistas em número suficiente, nem acesso rápido à regulação estadual.

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