A Associação do Ministério Público do Estado do Pará (Ampep) divulgou uma nota de repúdio, nesta quarta-feira (15), contra as declarações do prefeito de Marabá, Toni Cunha (PL), que usou suas redes sociais para atacar pessoalmente a promotora de Justiça Aline Tavares Moreira, responsável pela Promotoria de Defesa da Probidade Administrativa e Tutela das Fundações e Entidades de Interesse Social de Marabá.


Na publicação, o prefeito afirmou que a promotora “quer governar em seu lugar” e ameaçou denunciá-la ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). As declarações foram vistas como uma tentativa de intimidação à atuação ministerial, especialmente após Aline Moreira ter expedido uma série de recomendações à Prefeitura e solicitado à Câmara Municipal o envio das denúncias arquivadas contra o gestor.

Em nota oficial, a Ampep classificou as falas do prefeito como “ataques pessoais e injustificáveis” e afirmou que Toni Cunha ultrapassou os limites da crítica legítima ao questionar publicamente a atuação funcional de uma integrante da instituição há 31 anos.

O texto lembra ainda que a promotora ajuizou medida cautelar pedindo a suspensão da compra de um veículo blindado com recursos públicos, operação que apresentaria indícios de irregularidade por ausência de previsão orçamentária e possível desvio de finalidade. Segundo a nota, o indeferimento da liminar não encerra a apuração do caso, que segue em tramitação regular.
A Ampep também refutou a alegação de que a promotora “teria se omitido em gestões anteriores”, destacando que sua designação para a Promotoria de Improbidade de Marabá é recente e que todas as ações do Ministério Público seguem critérios técnicos, não pessoais.

“Fiscalizar a legalidade dos atos administrativos não é ingerência política, é dever constitucional”, diz o documento.
A entidade encerra reafirmando total apoio à promotora Aline Moreira e declarou que não aceitará tentativas de intimidação ou retaliação contra membros do Ministério Público do Pará.