Após décadas de espera, o município de Itupiranga, no sudeste do Pará, será o centro das atenções em 2025 com o início das obras para remoção do Pedral do Lourenço, principal entrave à navegabilidade do Rio Tocantins. O projeto, conduzido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), visa transformar o Tocantins em uma das hidrovias mais estratégicas para o transporte de cargas no Brasil.
O início das operações foi confirmado pelo diretor de Infraestrutura Aquaviária do DNIT, Erick Moura, em reunião com o senador Jader Barbalho (MDB). A obra, prevista para começar no primeiro trimestre de 2025, envolve a remoção por etapas de formações rochosas ao longo de um trecho de 43 quilômetros do rio. “Havia uma equivocada interpretação de que seria necessário remover essas barreiras ao longo de todo o curso do rio, o que não vai acontecer. São pequenos trechos que serão removidos por etapas”, explicou Moura.
Itupiranga no centro do desenvolvimento
Por abrigar grande parte do Pedral do Lourenço, Itupiranga se tornará o epicentro do projeto, com obras que devem durar 33 meses. A cidade será transformada em um verdadeiro canteiro de obras, com empresas responsáveis instalando estruturas na região e contratando mão de obra local.
A expectativa é que o comércio e os serviços da cidade recebam um impulso significativo, acompanhado de um aumento na arrecadação pública. Itupiranga, que já possui uma localização estratégica devido à presença da rodovia Transamazônica e proximidade com um aeroporto regional, terá sua importância regional ainda mais fortalecida.
Uma nova era para o Rio Tocantins
A conclusão das obras, prevista para 2028, promete consolidar o Rio Tocantins como parte da hidrovia Araguaia-Tocantins, um corredor logístico de extrema relevância. Com a capacidade de movimentar 40 milhões de toneladas de cargas por ano, o rio se tornará essencial para o escoamento de produtos do Pará e de outras regiões do Brasil.
Itupiranga, por sua vez, deixará de ser apenas mais um município às margens do Tocantins para se tornar um polo estratégico de logística fluvial. A cidade terá papel fundamental no transporte de riquezas que impulsionarão a economia regional e nacional.
Perspectivas e desafios
Embora o projeto represente uma oportunidade histórica para Itupiranga e para o Pará, ele também traz desafios. A remoção do Pedral do Lourenço requer monitoramento de possíveis impactos ambientais e sociais. Além disso, será necessário assegurar que os benefícios econômicos sejam amplamente compartilhados com a população local.
Com planejamento e execução adequados, Itupiranga está prestes a vivenciar um dos períodos mais transformadores de sua história, tornando-se símbolo de desenvolvimento e integração logística no Brasil.
