A 14ª Conferência Municipal de Assistência Social de Marabá, teve abertura nesta terça-feira, 1º de julho de 2025, no Teatro Municipal Eduardo Abdelnor, e foi marcada pela baixa participação popular e desmobilização de instituições sociais. O evento, que deveria reunir usuários da rede socioassistencial, profissionais da área, representantes da sociedade civil e do poder público, acabou esvaziado, revelando fragilidades na articulação da atual gestão da Secretaria Municipal de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários (Seaspac), comandada por Mônica Thompson.


Com o tema “20 anos de SUAS: construção, proteção social e resistência”, a conferência tinha como objetivo avaliar o funcionamento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) no município, discutir propostas de aprimoramento e definir os delegados que representarão Marabá na Conferência Estadual. A iniciativa é promovida pelo Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS), em conjunto com a Seaspac.
Apesar da importância estratégica da conferência — que se propõe como espaço democrático de debate e controle social — o auditório do teatro, com capacidade para centenas de pessoas, permaneceu praticamente vazio durante a abertura e os debates. Registros feitos por participantes mostram fileiras de cadeiras desocupadas, destacando o distanciamento entre a gestão municipal e os usuários da política pública de assistência social.
Segundo apuração do Portal, nem mesmo organizações sociais do terceiro setor, que tradicionalmente atuam de forma ativa no município, compareceram em peso ao encontro. A ausência levanta questionamentos sobre o processo de mobilização da sociedade para um evento que deveria ser amplamente divulgado e incentivado, especialmente entre os segmentos mais vulneráveis.
Os cinco eixos temáticos da conferência abordam desde a universalização do SUAS até a sustentabilidade financeira e a valorização dos profissionais da assistência. No entanto, com a falta de presença significativa da sociedade civil, a legitimidade da construção coletiva dessas propostas ficou comprometida.
A baixa adesão pode ser interpretada como reflexo da falta de diálogo da atual gestão com as bases sociais, justamente aquelas que mais dependem das políticas públicas em debate. Para muitos, a conferência acabou sendo uma oportunidade desperdiçada de fortalecer o SUAS em Marabá e aproximar o poder público da população que mais precisa de proteção social.
O resultado, por ora, é simbólico: um teatro praticamente vazio, uma conferência que deveria ser democrática e plural, mas que se transformou em um evento protocolar, sem força representativa.