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Marabá mapeia condições das UBS e dá início a reparos essenciais para atendimento

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7 fev

A Secretaria Municipal de Saúde de Marabá (SMS) está promovendo um levantamento detalhado das condições estruturais das Unidades Básicas de Saúde (UBS) encontradas pela nova gestão. O objetivo é identificar as prioridades e traçar as medidas necessárias para atender às demandas de infraestrutura de cada unidade, garantindo melhor atendimento à população.

Além da avaliação estrutural, a SMS iniciou pequenos reparos em algumas UBS, como o conserto de aparelhos de ar condicionado e a recuperação de salas de atendimento que estavam fora de funcionamento, como as de procedimentos e vacinas. Esses reparos, no entanto, foram viabilizados por um contrato específico destinado a esse tipo de serviço, com a colaboração das Secretarias Municipais de Saúde (SMS) e de Viação e Obras Públicas (Sevop).

O trabalho é coordenado por um grupo que inclui profissionais das duas pastas, com o intuito de acelerar as ações nas unidades mais necessitadas. Entre as UBS com maior necessidade de intervenção estão a Amadeu Vivácqua, a Enfermeira Zezinha e a do bairro Laranjeiras, que apresentam problemas estruturais significativos.

Situação das UBS

Na UBS Amadeu Vivácqua, no São Félix II, que também atende os bairros São Félix III, Residenciais Magalhães, Paris e Loteamento Francolândia, a situação é crítica. A unidade enfrenta goteiras na maioria dos espaços, tetos cedidos, mofo e aparelhos de ar condicionado sem funcionamento em várias salas. Por conta disso, a sala de curativos só pode operar pela manhã, devido ao calor intenso.

A sala dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) está interditada porque o teto ameaça desabar devido às goteiras e ao mofo. Além disso, a ventilação é precária, já que as únicas entradas de ar são balancins de um banheiro ao lado. Copa, almoxarifado e sala de triagem também apresentam mofo, e o auditório precisou ser transformado em estoque de insumos, pois a unidade não tem um espaço adequado para armazenamento.

Os problemas estruturais afetaram até o atendimento odontológico, pois as goteiras danificaram o aparelho de ultrassom. A recepção apresenta mofo e infiltrações, e, em dias de chuva, a UBS fica parcialmente alagada.

Maria Alcântara, auxiliar administrativa da unidade, destaca que as condições precárias impactam diretamente a saúde dos servidores e o atendimento à população.

“A gente trabalha porque se preocupa com os usuários, com a população. A gente sabe que é um lugar superlotado, vem pessoas de todos os lugares e a gente quer que tenha um olhar mais humano. Ver a condição não só para os usuários, como também para os servidores”, afirma.

Moradora da região, Cleiciane Rodrigues levou a filha para uma consulta recentemente e espera que as melhorias prometidas sejam implementadas.

“Quando eu entrei até que fui bem atendida. Só que a gente precisa de melhorias. Ouvi dizer que quando chove tem goteiras lá dentro. Precisa melhorar muito mesmo”, comenta.

Já na UBS Enfermeira Zezinha, na Folha 23, Nova Marabá, a estrutura também apresenta sérios problemas. O prédio sofre com infiltrações, goteiras e mofo em diversos espaços internos. Na entrada, as colunas de sustentação estão rachadas, e uma das caixas d’água da unidade, cuja estrutura é de ferro, está com a base enferrujada, correndo risco de queda.

Durante o período chuvoso, a umidade excessiva agravou o problema de mofo, afetando principalmente os consultórios médicos. Todos os dez consultórios da unidade são pequenos e apresentam mofo, sendo que um deles precisou ser interditado. Outro risco apontado é que a água das chuvas desce pelas instalações elétricas das lâmpadas, aumentando a preocupação com curto-circuitos.

Lohanna Beatriz Chaves, gerente da unidade, explica que a umidade excessiva tem causado problemas de saúde entre os profissionais.

“Fica difícil para os profissionais estarem nas salas porque acaba causando muitos problemas respiratórios, crises de alergia. É um prédio muito úmido”, relata.

A UBS atende moradores das Folhas 16, 17, 20, 21, 22, 25, 27 e 33, com alta demanda. No entanto, a falta de estrutura obriga a equipe a improvisar espaços. Atualmente, o auditório está sendo utilizado para triagem, atendimento do Cartão SUS, entrega de materiais de curativos para cadeirantes e acamados e agendamento de gestantes.

“É muito serviço dentro de uma sala que era para ser focada em outra coisa”, reforça Lohanna.

A sala de procedimentos, que deveria ser destinada ao teste do pezinho, curativos, administração de medicação e acompanhamento de pacientes hipertensos e diabéticos, estava fechada desde dezembro de 2024 devido à falta de ar-condicionado. O problema também afetava a farmácia da unidade, mas ambos os aparelhos foram consertados recentemente.

Marlúcia Prates, auxiliar de farmácia da UBS Enfermeira Zezinha, expressa sua esperança em relação à nova gestão municipal.

“Eu creio que nessa nova gestão dá para a prefeitura olhar um pouquinho mais para a nossa unidade. Para os funcionários aqui da farmácia afeta bastante devido ao mofo, porque prejudica nossa saúde. Que a prefeitura, com essa nova gestão da saúde, venha trazer melhorias para a nossa unidade”, destaca.

Já a UBS do bairro Laranjeiras, que atende uma média de 200 pessoas por dia, também enfrenta dificuldades devido à falta de manutenção. O gerente da unidade, Izaque Lima Marinho, explica que há necessidade de reparos urgentes, incluindo telhados, cadeiras e infiltrações que se intensificaram com as chuvas. Além disso, a unidade precisa ser ampliada para oferecer um melhor atendimento à população e melhores condições de trabalho para os profissionais.

Outra preocupação apontada por Izaque é a necessidade de reduzir as longas filas de espera para consultas médicas. Segundo ele, um estudo está em andamento para criar um sistema de agendamento online, permitindo que os pacientes marquem suas consultas pelo site da prefeitura, evitando as filas da madrugada.

Dona Tânia, de 60 anos, é atendida regularmente na unidade e reconhece a qualidade do atendimento, mas reforça a necessidade de melhorias.

“Os tratamentos aqui são ótimos, excelentes, tem excelentes médicos, só que precisa diminuir as filas, porque a procura é muito grande”, pontua.

Próximos passos

Para intervenções mais complexas, como requalificações e ampliações, será necessário realizar um processo licitatório, o que demanda mais tempo. Segundo Angela Assunção, diretora do Departamento de Atenção Básica (DAB) da SMS, a equipe já está mapeando todas as necessidades para dar andamento às melhorias estruturais nas UBS.

whats