A nomeação de Kecyani Lima dos Reis como Diretora Técnica do Hospital Materno Infantil de Marabá (HMI), publicada em 2 de outubro de 2025, gerou preocupação entre servidores, especialistas e conselhos de saúde. Segundo normas do Conselho Federal de Medicina (CFM), a direção técnica de maternidades deve ser exercida por médico especialista em Ginecologia e Obstetrícia, com registro do título (RQE) e experiência em gestão hospitalar — requisitos que Kecyani não atende.


Segundo informações obtidas com médicos experientes que atuam no HMI, Kecyani concluiu recentemente sua formação na Faculdade Facimpa de Marabá, instituição privada que não oferece titulação de especialidade nem registro RQE, condição sine qua non para assumir a responsabilidade técnica de um hospital especializado em maternidade.

A função é estratégica e envolve supervisionar a assistência médica, garantir protocolos de atendimento e assegurar condições adequadas para a equipe de saúde — elementos essenciais para a segurança de mães e bebês. A nomeação de Kecyani, sem especialização médica e sem registro de especialista, levanta dúvidas sobre sua capacidade de conduzir a unidade com segurança e eficiência, colocando em risco a qualidade do atendimento materno-infantil.

Servidores relatam desconforto diante da decisão e alertam que a nomeação se soma a outras recentes polêmicas no hospital, incluindo a presença de funcionários sem formação na área da saúde em funções administrativas estratégicas. Para a equipe, tais nomeações refletem interferência política na gestão da unidade, prejudicando o clima de trabalho e aumentando a insegurança para pacientes e profissionais.

O contexto já é delicado: o HMI enfrenta falta de profissionais essenciais, como ultrassonografista, e denúncias de assédio moral interno. A nomeação de uma profissional sem especialidade e sem RQE para a direção técnica intensifica as críticas e acende um alerta sobre a influência política na saúde pública de Marabá.