O resultado das eleições de 2024 trouxe um sinal de alerta para o Partido dos Trabalhadores (PT) no Pará, que enfrenta um cenário de enfraquecimento. O partido conseguiu eleger prefeitos apenas nos municípios de Igarapé-Miri e Primavera, número que reflete uma redução expressiva de sua presença política no estado. A situação tem gerado críticas ao comando de Beto Faro, considerado responsável por essa queda de representatividade.
A família Faro, que há anos exerce grande influência sobre o PT paraense, tem sido alvo de questionamentos dentro do próprio partido. Beto Faro, líder do grupo, foi eleito senador após usar a estrutura partidária para impulsionar sua campanha, enquanto sua esposa, Dilvanda Faro, conquistou uma vaga como deputada federal. Para completar o círculo de influência familiar, o casal também apoiou a candidatura do filho Yuri, que foi eleito vice-prefeito do município de Acará, um dos redutos políticos da família.
Esse cenário gerou descontentamento em algumas alas do partido, que veem a predominância da família Faro como um dos fatores que afastaram o PT do eleitorado no estado. Críticos apontam que a estratégia de centralização do comando em interesses familiares está desidratando a legenda e colocando em risco sua relevância. O futuro do PT no Pará, dizem os analistas políticos locais, dependerá de uma reformulação que busque reconectar o partido com a base e reduzir a influência da família Faro.
As eleições de 2024 acenderam um alerta para o PT no Pará. Para muitos, ou o partido retoma o controle de sua estrutura e promove mudanças internas, ou continuará a perder espaço, arriscando-se a uma lenta caminhada rumo à irrelevância.