Nesta terça-feira (3), por volta das 5h, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a Estrada de Ferro Carajás (EFC), em Parauapebas, no sudeste do Pará. A ação, que faz parte da “Jornada de Luta por Direitos e Reforma Agrária Popular”, tem como objetivo defender direitos das comunidades de 11 municípios localizados ao longo do corredor da ferrovia.
De acordo com nota divulgada pelo MST, a mobilização acontece entre Parauapebas (PA) e São Luís (MA) e denuncia a suposta negação de direitos dessas populações pela mineradora Vale, responsável pela operação da ferrovia. “A ação visa defender os direitos do povo que estão sendo negados pela companhia mineradora VALE”, afirma o comunicado.
A Estrada de Ferro Carajás é essencial para o transporte de minérios e insumos da Vale, além de conectar 23 municípios nos estados do Pará e Maranhão. O Trem de Passageiros, que realiza o trajeto entre Parauapebas e São Luís, também foi impactado pela mobilização.
Em resposta, a Vale divulgou nota confirmando a interdição e destacando que as reivindicações dos manifestantes não têm relação direta com a operação ferroviária. A mineradora informou que suspendeu, por segurança, a viagem do Trem de Passageiros e que a circulação de trens de carga também foi afetada.
A empresa reiterou seu compromisso com a segurança e anunciou que adotará medidas legais contra a ocupação. Sobre os passageiros impactados, a Vale garantiu que as passagens podem ser remarcadas ou reembolsadas no prazo de até 30 dias, com mais informações disponíveis pelo canal Alô Vale (0800 285 7000).
A ocupação da ferrovia reflete a crescente tensão entre movimentos sociais e grandes empresas na região, onde a mineração desempenha papel central na economia local, mas também levanta preocupações relacionadas a impactos sociais e ambientais. Até o momento, não há informações sobre negociação ou desdobramentos da manifestação.