O Campeonato Paraense está oficialmente paralisado. A decisão foi anunciada pela Federação Paraense de Futebol (FPF), que, embora contrária à suspensão, acatou o pedido de oito dos 12 clubes participantes. A paralisação já era esperada desde a decisão do Tribunal de Justiça Desportiva do Pará (TJD-PA), que retirou pontos de Capitão Poço e Tuna Luso por escalarem atletas sem contrato profissional, o que afetou diretamente a tabela e o cruzamento das quartas de final, previstas para começar nesta sexta-feira (7).
Na noite de quinta-feira (6), o TJD-PA determinou a retirada de 18 pontos do Capitão Poço e sete da Tuna, alegando que ambos utilizaram jogadores menores de 20 anos sem vínculo profissional, algo proibido pelo regulamento da competição. A denúncia partiu de Independente e Caeté, equipes que haviam sido rebaixadas, mas que agora se beneficiam da decisão, já que, com a perda de pontos, os rebaixados passam a ser Capitão Poço e Tuna.
Além disso, Clube do Remo e Bragantino também foram denunciados pela mesma infração, mas seus casos só serão julgados na próxima quinta-feira (13). Se condenados, ambas as equipes podem perder seis pontos cada, o que pode gerar novos desdobramentos na tabela do campeonato.
Apesar da gravidade da situação, a FPF resistiu à suspensão do torneio. Em um primeiro momento, alegou não ter sido notificada oficialmente da decisão do TJD-PA. Depois, argumentou que a punição não exigia a interrupção do Parazão e que a logística da rodada já estava em andamento. Em seguida, a entidade entrou com uma medida inominada no TJD-PA para tentar um efeito suspensivo, o que foi negado pelo tribunal.
Diante do impasse jurídico e da pressão dos clubes, a FPF não teve alternativa a não ser suspender o campeonato até que a situação seja resolvida. A entidade afirmou, em nota, lamentar a paralisação, mas ressaltou que a responsabilidade pela regularidade dos atletas é exclusivamente dos clubes, eximindo-se de qualquer culpa no episódio.
Entre os clubes que se manifestaram a favor da suspensão está o Águia de Marabá, que emitiu uma nota oficial destacando que “ordem judicial é para ser cumprida”. A equipe tinha viagem marcada para Bragança na manhã desta sexta-feira, mas inicialmente adiou o embarque e, depois, confirmou que não viajaria mais, mantendo os treinamentos à espera de um desfecho para o imbróglio.
Agora, resta aguardar os desdobramentos jurídicos e esportivos desse caso que pode mudar os rumos do Campeonato Paraense de 2024.
Com informações de Chagas Filho
