De maneira inusitada, sem qualquer diálogo prévio com a classe da Educação e mais parecendo um youtuber em busca de likes e engajamento, o prefeito de Marabá, Toni Cunha, anunciou em suas redes sociais que realizará uma live para divulgar o índice de reajuste salarial concedido aos professores do município.

A postura contrasta com o que tradicionalmente se espera de uma gestão pública comprometida com a valorização do servidor: o diálogo com os profissionais da área antes da tomada de decisões que afetam diretamente suas vidas. Em Marabá, no entanto, a situação parece seguir um roteiro à parte. Os principais interessados no tema seguem à margem da discussão, sem qualquer informação oficial, como se estivessem do lado de fora de uma sala onde tudo é decidido a portas fechadas.

Mais surpreendente ainda é o convite feito pelo próprio prefeito para que a população acompanhe suas redes sociais às 19h, como se estivesse anunciando um novo episódio de novela ou de reality show, ao estilo Big Brother.

Falta lembrar ao gestor municipal que temas como o reajuste salarial dos professores exigem responsabilidade, escuta e construção coletiva — não apenas divulgação performática. Afinal, trata-se da vida de milhares de servidores e suas famílias, muitos dos quais acreditaram nas promessas de valorização feitas por Toni Cunha ainda em campanha.

Se há algo que essa postura evidenciou, foi o descolamento entre o discurso e a prática. Para muitos educadores, a máscara caiu, e agora conhecem a verdadeira face de quem se apresentou como “bom moço” durante a eleição, mas que, na prática, tem deixado a categoria à margem das decisões que mais lhes dizem respeito.