A relação entre o prefeito de Marabá, Toni Cunha (PL), e o vereador Fernando Henrique (PL) se deteriorou publicamente nesta quinta-feira (8), após o gestor acusar o parlamentar de ter abandonado a base do governo por não conseguir nomear parentes na administração municipal. A declaração foi feita durante uma live transmitida pelas redes sociais do prefeito, ao lado da vereadora Priscila Veloso.

Sem citar diretamente o nome de Fernando, mas com todas as indicações apontando para o vereador, Toni afirmou que sua gestão enfrenta pressões para atender interesses particulares. “A porta do meu governo está aberta para os poucos que ainda apoiam e quiserem sair. Que saiam. O que não vou aceitar são exigências nada republicanas para manter apoio”, disse.
Horas antes, durante uma audiência pública na Câmara Municipal, Fernando Henrique usou a tribuna para dizer que se arrepende de ter apoiado Toni na eleição. O vereador criticou o não cumprimento de promessas de campanha, especialmente em relação ao pagamento do piso nacional do magistério. “Às vezes os políticos contam mentiras para se eleger e depois não cumprem o que prometeram”, declarou.
Outro parlamentar do PL, Jemison Pacheco, também cobrou coerência do prefeito com o discurso feito na eleição. “Homem tem que cumprir com a palavra”, disse.

A vereadora Priscila Veloso, professora e aliada de Toni, afirmou que jamais votará contra os direitos da sua própria categoria, em referência às reivindicações dos educadores, mas permaneceu ao lado do prefeito na transmissão, indicando que segue na base governista — ao menos por enquanto.
O episódio escancara uma crise política dentro do próprio PL, partido de Toni Cunha, e sinaliza dificuldades para o prefeito manter apoio na Câmara Municipal diante da crescente pressão por parte dos servidores e dos vereadores que antes lhe eram leais.