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Prefeito Toni Cunha usa estrutura da Prefeitura de Marabá para se promover e impulsionar esposa em possível candidatura

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2 jun

A divulgação dos shows do veraneio 2025 escancarou uma prática recorrente da gestão do prefeito de Marabá, Toni Cunha (PL): a utilização da máquina pública como ferramenta de autopromoção — e, mais recentemente, de promoção da própria esposa, Lanúzia Cunha. A prática, que desrespeita o princípio da impessoalidade previsto na Constituição, pode configurar abuso de poder político e improbidade administrativa.

Um dos episódios mais evidentes ocorreu com a cantora Mari Fernandez, contratada com recursos públicos para apresentação na cidade. Em vídeo publicado no perfil pessoal do prefeito no Instagram, a artista envia um “beijo” ao “gestor”, como se o show fosse um presente oferecido por ele. O pagamento do cachê, no entanto, é feito com verba da Prefeitura, ou seja, com dinheiro público — e não do bolso do chefe do Executivo. Veja o vídeo original neste link.

Esse tipo de ação representa uma violação direta à impessoalidade administrativa, que determina que a publicidade dos atos públicos deve ter caráter educativo, informativo e de orientação social — e jamais servir para enaltecer o nome ou imagem de gestores.

A personalização da gestão se intensificou desde abril, quando materiais oficiais do aniversário de 112 anos de Marabá passaram a incluir o bordão do prefeito: “pega subindo que descendo é contramão”. O slogan virou marca registrada de Toni Cunha e, agora, aparece inclusive nas peças institucionais da Prefeitura. Isso constitui, segundo especialistas em direito público, mais um desvio de finalidade no uso da verba pública.

Mas o caso ganha contornos ainda mais graves com a inclusão de Lanúzia Cunha nas ações públicas. Durante o show de aniversário da cidade, artistas contratados receberam roteiro com menção não apenas ao prefeito, mas também à sua esposa, que não possui qualquer cargo na Prefeitura. Ainda assim, o nome “Lanúzia Cunha” foi incluído entre os agradecimentos obrigatórios. O gesto reforça os indícios de que Toni Cunha pretende lançá-la como pré-candidata a deputada estadual, utilizando a estrutura da Prefeitura como trampolim político.

A Constituição Federal é clara ao proibir esse tipo de uso da máquina pública para interesses pessoais ou familiares. A promoção pessoal com recursos da população é ilegal e fere frontalmente os princípios da moralidade e impessoalidade administrativa.

Diante da gravidade dos fatos, a Câmara Municipal de Marabá e o Ministério Público do Estado do Pará são chamados à responsabilidade. Cabe a esses órgãos fiscalizar, cobrar esclarecimentos e, se for o caso, instaurar investigações para apurar possível crime de responsabilidade ou improbidade administrativa.

O recurso público deve servir à coletividade — e não aos projetos pessoais de quem está no poder.

Com informações de Portal Curupira Marabá

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