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Tragédia no Hospital Materno Infantil: bebê morre após parto mal sucedido, mãe foi mandada ao “inferno” e prefeito reagiu com “boa sorte”

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18 set

Na noite desta quarta-feira (17), morreu o bebê João Miguel, que estava internado desde domingo (14) no Hospital Materno Infantil (HMI) de Marabá. Ele é filho de Yasmin do Espírito Santo, jovem que passou por um parto marcado por complicações e acusações de negligência médica.

Segundo relatos da família, Yasmin não tinha condições clínicas para o parto normal, mas mesmo assim foi submetida ao procedimento. Durante o processo, o bebê ficou retido no canal vaginal, nasceu sem sinais vitais e precisou ser reanimado antes de ser levado para a UTI Neonatal. Desde então, estava em estado grave, entubado e em coma induzido.

A avó da criança, Joseane do Espírito Santo, denunciou falhas graves no atendimento e afirmou ter sido humilhada por um médico, que chegou a mandá-la “procurar ajuda no inferno” enquanto a filha desfalecia. O episódio gerou discussão entre ambos e acabou sendo registrado na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM).

Joseane também relatou que irá comparecer novamente à DEAM nesta quinta-feira (18), em razão do conflito com o médico no dia do parto. Enquanto isso, Yasmin segue internada no HMI, enfrentando sérias complicações. Segundo a mãe, a jovem está com uma das pernas quase paralisada e ainda não consegue andar.

Nota da Prefeitura

Em resposta, a Prefeitura de Marabá divulgou nota oficial confirmando que Yasmin apresentava níveis elevados de pressão arterial e que, mesmo após período de observação, não houve evolução espontânea do trabalho de parto.

Segundo o comunicado, o parto ocorreu às 20h15, “com assistência obstétrica, porém com dificuldades”. A prefeitura afirma ainda que o recém-nascido recebeu cuidados pediátricos imediatos e foi encaminhado para a Unidade Neonatal de Cuidados Intermediários (UCI). No entanto, a nota omite o fato de que João Miguel nasceu sem respirar, sendo necessário entubá-lo.

Por fim, o documento diz que o HMI mantém vigilância sobre denúncias de violência obstétrica e possíveis falhas de atendimento, assegurando que o caso está sob auditoria interna e que os cuidados foram tomados “conforme o protocolo”.

Repercussão e reação do prefeito

A morte de João Miguel ampliou a indignação já existente sobre a precariedade do atendimento no HMI. Nas redes sociais, uma internauta pediu providências ao prefeito Antônio Carlos Cunha Sá (PL), relatando que o neto estava em estado grave após complicações no parto.

A resposta do gestor causou revolta: “Desejo boa sorte, há de dar tudo certo. Há médicos para essa análise. Não tenho como opinar sobre isso”, escreveu o prefeito, minimizando a gravidade da denúncia e sendo acusado de deboche diante da dor da família.

Busca por justiça

Para Joseane, a morte de João Miguel representa o desfecho trágico de um atendimento marcado por negligência e descaso. “Eles acabaram com a vida de uma criança que era saudável e destruíram minha filha. Eu vou buscar justiça por tudo o que fizeram”, declarou, emocionada.

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