Uma denúncia feita por uma moradora de Marabá sobre o atendimento no Hospital Materno-Infantil voltou a expor a fragilidade da saúde pública no município e provocou forte repercussão nas redes sociais. Em seu relato, a mulher descreveu uma sequência de idas e vindas à unidade de saúde desde o dia 29 de outubro, acompanhando a filha em trabalho de parto, mas sem receber o atendimento adequado.

Segundo o relato, mesmo com fortes dores, sangramento e episódios de vômito e diarreia, a gestante permaneceu por noites em cadeiras e corredores do hospital, sendo liberada e readmitida várias vezes, sem a devida evolução no acompanhamento médico. “Nos sentimos impotentes, nos sentimos humilhados. Alguns funcionários mal olham na cara da gente, parecem que estão trabalhando de favor”, desabafou a denunciante.

A publicação rapidamente mobilizou dezenas de comentários de moradores indignados com a situação e questionando as prioridades da gestão municipal, especialmente diante da confirmação recente de shows custeados pela prefeitura. “Nada contra diversão, mas por que não zelar pela saúde também?”, escreveu uma internauta marcando o perfil do prefeito Toni Cunha (PL).

Ao ser cobrado nos comentários, o prefeito reagiu de forma que gerou ainda mais críticas. Em vez de demonstrar solidariedade com a mulher, Toni Cunha insinuou que a gestante teria permanecido deitada no hospital para “obrigar a médica de plantão a induzir um parto normal”, afirmando ainda que não havia indicação para o procedimento.

A resposta foi interpretada como desdém diante do sofrimento relatado pela família e ampliou o desgaste da imagem da gestão, já marcada por frequentes reclamações sobre a precariedade do atendimento no Materno-Infantil.

Nas redes sociais, moradores voltaram a questionar a falta de estrutura e a postura do prefeito frente a denúncias de dor e abandono. “Falta empatia e sobra justificativa”, comentou uma seguidora.