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A Crescente Dependência da Mineração de Canaã dos Carajás

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6 maio

Uma análise recente realizada por especialistas indicou que Canaã dos Carajás está cada vez mais dependente da indústria de mineração em 2024, comparado a 2020. A pesquisa avaliou as receitas públicas de ambos os anos, assim como os investimentos em agricultura e sustentabilidade.

Em 2024, Canaã dos Carajás registra uma receita pública de R$ 2,1 bilhões, sendo a maior parte proveniente da mineração, seja através da Compensação Financeira Pela Exploração Mineral (CFEM) ou de impostos sobre mercadorias e empresas mineradoras. No entanto, apenas uma pequena fração desse montante, equivalente a R$ 33.194.418,45, é direcionada para a produção rural, destinada à Sempru ou ao Fundo de Desenvolvimento Rural. Além disso, R$ 54.152.384,45 são investidos no Fundo de Desenvolvimento Econômico, representando apenas 4,15% da receita do município.

Com mais de 4 mil servidores, a folha salarial de Canaã dos Carajás ultrapassa os R$ 300 milhões anuais. Isso significa que, ao longo de quatro anos, o município gasta cerca de R$ 1,2 bilhão somente com despesas relacionadas ao funcionalismo público. Em resumo, Canaã investe cinco vezes mais em funcionários do que na diversificação econômica.

Em contrapartida, em 2020, Canaã dos Carajás possuía uma receita de R$ 1,05 bilhão, também majoritariamente proveniente da mineração. Naquele ano, o município investia aproximadamente R$ 65 milhões em produção rural e no Fundo de Desenvolvimento Econômico, o que representava 6,23% da receita – 33,38% a mais do que em 2024. Se mantivesse esse mesmo padrão de investimento em agricultura e sustentabilidade, o município destinaria cerca de R$ 130 milhões anualmente para essas atividades. Maior investimento na diversificação econômica pode significar uma menor dependência da mineração.

É importante ressaltar que o levantamento não inclui os recursos destinados ao “turismo de eventos” em nenhum dos períodos analisados. Na prática, eventos como a Fenecan, Festival Gastronômico e Canaã Cidade Junina ainda não se mostram como modelos sustentáveis para o município, uma vez que não geram lucro por si só.

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