Marcos Paulo Eleres, engenheiro florestal e primeiro suplente de vereador de Marabá, onde obteve 2.342 votos nas últimas eleições municipais, tem se destacado como um dos principais nomes da agricultura na região. Após quase oito anos de atuação na Secretaria Municipal de Agricultura (Seagri) durante a gestão do prefeito Sebastião Miranda, ele agora é cotado para assumir as secretarias de agricultura de Abel Figueiredo e Curionópolis.

Com uma trajetória marcada por articulação política eficiente, Marcos Paulo foi responsável por conquistas expressivas, como a obtenção de tratores, máquinas e caminhões por meio de emendas parlamentares de deputados estaduais e federais. Seu trabalho contribuiu diretamente para o fortalecimento da agricultura familiar e para o desenvolvimento da zona rural de Marabá.

Entre 2017 e 2023, a Seagri investiu R$ 27 milhões em ações e projetos voltados aos pequenos agricultores. A secretaria alcançou avanços significativos na zona rural, apoiando produtores em iniciativas como sistemas de irrigação, mecanização, análise de solo, hidroponia e apicultura. Com mais de 25 técnicos especializados, o trabalho contribuiu diretamente para melhorar as condições de produção e comercialização dos agricultores familiares.

Os números refletem esse crescimento. O maquinário da secretaria saltou de 39 para 89 equipamentos próprios, com destaque para o aumento no número de tratores, que passou de 3 para 25, e de retroescavadeiras, que subiu de 1 para 4. Além disso, foram estruturadas oficinas, lava a jato e borracharia próprias para o suporte do maquinário.

Agricultores de Marabá temem retrocessos com indicações de Toni Cunha para SEAGRI

A nomeação do professor Hiron Farias, da Unifesspa, como secretário de Agricultura de Marabá já foi confirmada pelo prefeito eleito Toni Cunha Sá (PL). Entretanto, as especulações em torno dos nomes para os cargos de secretário adjunto têm gerado preocupação no setor agrícola.

Entre os ventilados para o cargo, o nome do marido da vereadora Priscila Veloso tem chamado atenção. Sem qualquer experiência no setor agrícola ou em gestão pública, ele é apontado como uma indicação exclusivamente política, fruto de um acordo entre Toni Cunha e a parlamentar. O fato de sua principal qualificação ser o relacionamento conjugal com a vereadora tem gerado críticas e descontentamento entre técnicos e produtores rurais.

Outro foco de tensão envolve os servidores de carreira Arlis Pereira e Deibson Varanda, que, nos bastidores, articulam suas próprias nomeações. Internamente, Deibson é conhecido como fiel escudeiro de Arlis, com quem atua em alinhamento constante. No entanto, a dupla é vista por alguns setores como mais interessada em consolidar poder interno do que em garantir avanços para a agricultura familiar.

Essas escolhas têm gerado inquietação entre agricultores e associações locais, que esperavam que a nova gestão priorizasse nomes com experiência consolidada e compromisso com o desenvolvimento rural. A possibilidade de escolhas políticas, em detrimento de uma gestão técnica e efetiva, coloca em xeque a continuidade dos investimentos e projetos que transformaram a agricultura de Marabá em referência regional nos últimos anos.

A grande dúvida que toma conta dos agricultores familiares é: como a maior secretaria de agricultura do Pará vai se manter sem o principal nome que impulsionou seus avanços e diante de indicações que parecem priorizar interesses políticos em vez do desenvolvimento rural?