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Deputados do PT Pará são detonados após votarem junto com bolsonaristas a favor da PEC da Blindagem

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18 set

Os deputados federais Airton Faleiro e Dilvanda Faro, ambos do PT do Pará, enfrentam uma onda de críticas nas redes sociais desde a noite de ontem (17), após terem votado a favor da chamada PEC da Blindagem no primeiro turno da Câmara. A proposta, aprovada com 353 votos favoráveis contra 134 contrários, limita a possibilidade de investigações contra parlamentares e foi amplamente apoiada pela bancada bolsonarista.

A repercussão negativa foi imediata. Comentários e cobranças se multiplicaram nos perfis dos parlamentares, principalmente porque a posição oficial do PT era contrária à PEC. A situação é ainda mais delicada no caso de Dilvanda Faro, esposa do senador e presidente estadual da legenda, Beto Faro, que viu seu nome envolvido no episódio.

Apesar de o PT ter se posicionado contra a proposta, 12 deputados da sigla votaram a favor no primeiro turno. Entre eles estavam Airton Faleiro e Dilvanda Faro, do Pará. Já no segundo turno, realizado em seguida, alguns recuaram. Faleiro mudou de posição e se manifestou contra o texto, assim como Leonardo Monteiro (PT-MG). A PEC acabou aprovada por 344 votos a 133 e segue agora para análise do Senado.

A decisão de parte da bancada petista gerou constrangimento interno e deu munição para críticas da imprensa e de adversários políticos. Auxiliares do governo reconheceram que o episódio fragiliza a narrativa do partido, já que, mesmo em minoria, o apoio petista à PEC acabou registrado ao lado dos bolsonaristas.

O próprio presidente Lula havia pedido ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que não colocasse a proposta em pauta, por considerá-la inoportuna. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), reforçou a orientação contrária pouco antes da votação. Até o presidente nacional do partido, Edinho Silva, circulou pessoalmente entre os parlamentares para tentar convencê-los a rejeitar a medida, sem sucesso.

Ainda assim, não deve haver punições internas. A cúpula petista avalia que o foco agora deve se voltar para outras pautas de impacto direto na população, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a medida provisória que prevê isenção na conta de luz para 60 milhões de brasileiros.

Nos bastidores, petistas mais pragmáticos relativizaram o desgaste, lembrando que 50 parlamentares do partido votaram contra a PEC, enquanto partidos como o PL, de Jair Bolsonaro, registraram apoio quase unânime à proposta.

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