Em uma ação sem precedentes na história de Canaã dos Carajás, equipes do Grupo de Atuação no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal e o Grupo de Segurança Institucional (GSI), realizaram, nos dias 7 e 8 de agosto, a maior operação policial já registrada no município. A operação, batizada de *Terra COMprometida*, integra a segunda fase da Operação *Locus* e tem como objetivo desarticular uma suposta organização criminosa que, segundo as investigações, estaria fraudando processos licitatórios na Prefeitura de Canaã.
Durante a operação, mais de 90 agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em dezenas de residências de empresários e agentes públicos de Canaã dos Carajás. Entre os alvos da operação estavam o secretário de Governo, Roberto Andrade, e o secretário de Saúde, Marcos Paulo Silveira, que foram abordados pelas forças de segurança na manhã da última terça-feira para averiguações.
Conforme as investigações do Ministério Público, ambos os secretários estariam envolvidos em um esquema criminoso que teria como objetivo fraudar processos licitatórios em diversos setores da administração pública, como locação de veículos, remoção de pacientes, serviços de poda, capina, plantação de grama em escolas municipais e construção civil. Os desvios, segundo o MP, podem chegar à ordem de centenas de milhões de reais.
Em decorrência da operação, Roberto Andrade e Marcos Paulo Silveira foram imediatamente afastados de seus cargos e proibidos de frequentar prédios públicos no município. Poucas horas após o cumprimento dos mandados, ambos foram oficialmente exonerados de suas funções. A Prefeitura de Canaã dos Carajás deve anunciar os substitutos para os cargos até esta sexta-feira (9).
Detalhes da Operação
A operação Terra COMprometida é parte de uma investigação que já dura três anos e que visa desmantelar uma organização criminosa estruturada em núcleos empresarial, político e de assessoria técnica especializada. Ao todo, 26 empresários e agentes públicos de Canaã, além de um empresário de Parauapebas, estão sob investigação.
Durante as diligências, as equipes apreenderam quase R$ 1 milhão, distribuídos em R$ 565,3 mil, € 17,6 mil (o equivalente a mais de R$ 100 mil), e R$ 309,7 mil em cheques. Além do dinheiro, também foram confiscadas nove armas de fogo em situação irregular. Os envolvidos tiveram seus contratos administrativos suspensos e estão proibidos de exercer funções públicas ou frequentar qualquer edifício público em Canaã.
A operação contou com a participação de 20 promotores, 90 agentes, divididos em 26 equipes, e 37 viaturas. Na manhã desta quarta-feira (7), agentes estiveram na sede da Prefeitura de Canaã para as apurações finais.
As investigações continuam, e o Ministério Público promete seguir firme na apuração dos fatos, a fim de garantir que os envolvidos sejam responsabilizados na forma da lei.
Com informações de Gazeta Carajás