A comparação entre os gestores de cidades estratégicas e promissoras do sudeste paraense é inevitável. Passados pouco mais de dois meses de governo e quatro meses desde a transição, os novos prefeitos de Parauapebas, Itupiranga e Marabá começam a mostrar suas prioridades – algumas mais ambiciosas, outras questionáveis.

Nesta semana, durante a abertura dos trabalhos legislativos, Aurélio Goiano (Parauapebas) e Wagno Godoy (Itupiranga) apresentaram propostas que prometem impacto direto na população. Aurélio anunciou que Parauapebas será referência em mobilidade urbana no Pará e garantiu gratuidade integral no transporte público. Já Wagno Godoy lançou o programa “Vidas sem Filas”, com o objetivo de zerar a fila de cirurgias eletivas no município.
Em Marabá, a situação é diferente. Toni Cunha não compareceu à abertura do ano legislativo e é o único dos novos prefeitos sem articulação política com a Câmara Municipal. Apesar de ter herdado uma prefeitura financeiramente saudável, ele ainda não conseguiu resolver demandas básicas. O hospital municipal segue sem macas suficientes, obrigando pacientes a tomarem medicação no chão, enquanto o Hospital Materno Infantil continua acumulando denúncias sobre a morte de mães e recém-nascidos.
E nesta quarta-feira (19), em vez de apresentar soluções para os problemas urgentes da cidade, Toni Cunha foi às redes sociais para anunciar a construção de um quebra-molas. Isso mesmo, um simples quebra-molas na Rua Paraná (que ele próprio não soube dizer se era rua ou avenida), como se fosse um grande feito.
Enquanto vereadores cobram menos autopromoção e mais gestão, o prefeito segue desdenhando das críticas e preferindo o papel de “blogueiro” ao de administrador de Marabá.