No momento em que o município de Marabá enfrenta um verdadeiro caos na saúde, com mortes recentes registradas no Hospital Municipal (HMM) e no Hospital Materno Infantil, a cidade está sem comando. O prefeito Toni Cunha viajou para Fortaleza (CE) e sequer repassou o cargo ao vice, João Tatagiba.

Mas não é só ele: o sogro do prefeito, Ítalo Ipojucan, que ocupa a Secretaria de Obras, e o tio do gestor, Afonso Cunha, secretário adjunto de Saúde, também estão fora da cidade. Diferente de Toni, que justificou sua ida ao Ceará como agenda institucional, os dois embarcaram em uma animada pescaria no Amazonas, como mostram fotos e vídeos publicados em suas próprias redes sociais.

A coincidência chama atenção: nas últimas duas semanas, período em que o prefeito e o adjunto de Saúde se ausentaram, foram registradas quatro mortes na rede municipal — duas no Materno Infantil e outras duas no Hospital Municipal.

Enquanto mães denunciam humilhações e a cidade convive com a falta de leitos, medicamentos e insumos básicos, o prefeito, em tom entusiasmado, publicou em suas redes sociais:

“Maracanaú, na região metropolitana de Fortaleza, é uma cidade com proporções, em vários aspectos, semelhantes a Marabá. Juntamente com o amigo e advogado @saulosantos21, fui muito bem recebido pelo prefeito @robertopessoaoficial, que está em seu quarto mandato. Trocamos experiências em regularização fundiária, educação, transporte coletivo e saúde. Tenho certeza que nossa cidade de Marabá está no caminho certo e progredirá cada vez mais. E pega subindo, que descendo é contramão!!!”
A realidade, no entanto, é que Marabá ficou sem prefeito, sem secretário de Obras e sem adjunto de Saúde justamente quando mais precisava de liderança.
