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Deus, Pátria e Família: Toni Cunha coloca tio como secretário adjunto de saúde de Marabá, com salário de R$ 11.900

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31 jan

O prefeito de Marabá, Toni Cunha (PL), segue dando o que falar com suas decisões polêmicas logo no início do mandato. Uma das mais criticadas foi a nomeação de seu tio, Afonso Cunha, para o cargo de secretário adjunto de Saúde, com um salário de R$ 11.900 por mês. Essa escolha pegou muita gente de surpresa, especialmente depois que Toni fez questão de cortar benefícios para os garis e servidores plantonistas da cidade, além de mandar embora estagiários da Fundação Casa da Cultura, que ganhavam cerca de R$ 700.

A decisão de colocar um parente num cargo importante está sendo vista como uma contradição ao discurso de austeridade do prefeito. Enquanto ele alega querer economizar, coloca um familiar para ganhar um salário alto, o que gerou críticas de quem já estava desapontado com as medidas contra os trabalhadores. Além disso, essa nomeação levanta suspeitas de nepotismo, um fenômeno no qual políticos favorecem parentes para cargos públicos, em vez de optar por escolhas baseadas em competência e necessidade da administração pública.

Mas a situação vai além do nepotismo simples: o caso parece configurar um nepotismo cruzado. Isso ocorre quando membros de uma mesma família ocupam cargos importantes em diferentes áreas da administração pública, favorecendo não só o parente próximo, mas ampliando uma rede de privilégios familiares dentro do governo. A prática enfraquece a confiança da população nas instituições e prejudica a transparência na gestão pública. A sociedade tem o direito de saber se essa nomeação é parte de um esquema maior de favorecimento familiar.

Afonso Cunha, além disso, chamou atenção durante uma visita ao Hospital Materno Infantil de Marabá (HMI), quando impediu um repórter de fazer perguntas sobre a morte de sete bebês nos primeiros 23 dias da gestão. O prefeito também não se mostrou muito simpático com a imprensa e reagiu de forma agressiva quando questionado sobre o assunto.

Com essas atitudes, o começo do governo de Toni Cunha está gerando mais polêmica do que soluções para a cidade, e parece que a mudança que ele prometeu vai demorar a acontecer, se é que vai mesmo acontecer. Diante disso, o Ministério Público de Marabá deve investigar a fundo as nomeações feitas pelo prefeito e apurar se realmente há nepotismo e nepotismo cruzado em sua gestão. O interesse público e a ética na administração pública precisam ser garantidos.

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