Vislumbrando com os postes de LED que começaram a ser instalados em Marabá, o prefeito Toni Cunha tem aparecido com frequência em vídeos nas redes sociais, sempre sorridente — e, para espanto de muitos, até usando óculos escuros… à noite. No papel de “garoto-propaganda” da nova iluminação pública, ele exibe com entusiasmo uma obra que, embora avance a passos lentos, já chama atenção pelo custo: R$ 10 milhões a mais do que a proposta de uma empresa de Marabá, vencida por uma firma de Natal (RN).

Enquanto isso, nos bastidores da cidade real, a saúde pública vive um colapso. O Hospital Municipal de Marabá, que nunca foi exemplo de atendimento, chegou a um estado alarmante em 2025. Pacientes internados no chão, ausência de cadeiras de rodas, falta de macas, médicos recém-formados consultando medicamentos no Google, e famílias desesperadas denunciando o abandono completo. Um vídeo recente de uma mãe suplicando por socorro para o filho viralizou nas redes, tornando impossível ignorar a tragédia instalada.

Mesmo diante do caos, o prefeito parece apostar todas as fichas em uma única carta: a obra inacabada do novo pronto-socorro municipal, deixada pela gestão anterior. A construção ainda está longe de ser concluída e, mesmo que avance, precisará de equipamentos e convênios federais para funcionar — o que não deve acontecer tão cedo. Enquanto isso, a população continua agonizando.

Para completar o cenário de omissão, Toni Cunha também permanece em absoluto silêncio sobre o escândalo envolvendo o filho da vereadora Priscila Veloso, sua aliada. O rapaz foi nomeado como gari pela prefeitura, mas segundo denúncias, sequer aparece para trabalhar. Questionado, o prefeito desconversou e tentou desviar o assunto atacando o PT e o único vereador da sigla no município. Sobre o caso em si, nenhum posicionamento.

Enquanto a cidade sangra nos corredores do hospital, Toni Cunha parece mais interessado em curtidas do que em cuidar de gente. O povo segue no escuro — ainda que sob as luzes de LED.