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Família de jovem Crisan Santis se defende de acusações de homofobia

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17 jul

A morte de Crisan César Costa dos Santos, um jovem de 19 anos, em Marabá, no sudeste do Pará, provocou grande comoção na comunidade e sérias dificuldades para sua família, que enfrenta momentos de angústia. A mãe do rapaz, Leiliane Costa Santos, foi acusada de homofobia e precisou abandonar sua casa por temer represálias. As acusações surgiram nas redes sociais após o falecimento de Crisan na última segunda-feira (15).

Leiliane esclareceu que seu filho se assumiu homossexual aos 16 anos e que ela sempre o aceitou sem preconceitos. “Eu tenho provas e consciência da mãe que fui. Sempre lutei pelo meu filho, nunca virei as costas para ele”, declarou.

Além disso, a mãe revelou que Crisan foi diagnosticado com HIV em 2023, o que gerou dificuldades para ele aceitar sua condição. Desde então, ele passou a receber acompanhamento psicológico e psiquiátrico.

AGRESSÕES

Sobre as imagens compartilhadas nas redes sociais mostrando o jovem com sangue nos braços e na cabeça, Leiliane explicou que o incidente ocorreu em maio deste ano. “Esse episódio aconteceu em maio, quando ele me agrediu e eu me defendi. Ele melou o braço de sangue e molhou a cabeça para parecer que estava mais machucado. Eu vi ele fazendo isso, mas não imaginei que ele postaria nas redes sociais. Ele estava com problemas psicológicos e tomando vários remédios”, esclareceu.

Crisan César se arrependeu de ter compartilhado a situação nas redes sociais e pediu perdão à mãe, como mostram mensagens salvas no celular de Leiliane. “No dia seguinte, ele me mandou mensagem pedindo perdão e dizendo que havia postado apenas para os melhores amigos e já tinha apagado. Eu disse que o perdoava”, relatou.

APOIO DA FAMÍLIA 

Natanielly Costa, irmã de Crisan, afirmou que sempre apoiou o irmão e se emocionou ao falar sobre a dor que a família está passando. “Ele sempre foi muito amado por todos nós. Sempre soubemos da sua orientação sexual e nunca o discriminamos. As pessoas estão falando coisas sem ter noção da dor que estamos sentindo. Nunca o discriminamos”, disse Natanielly.

A família sente que as acusações os impedem de viver o luto por Crisan César. O velório ocorreu na igreja evangélica onde o jovem congregava, no bairro São Miguel da Conquista, no núcleo Cidade Nova.

O advogado da família, Kleiton Barbosa, anunciou que tomará providências legais. “Vamos à Seccional para realizar os procedimentos necessários. Ficamos sabendo que dois grupos foram prestar queixa, e nós também vamos prestar queixa por denunciação caluniosa e em relação ao linchamento virtual que a família está sofrendo. A internet não é terra de ninguém; as pessoas precisam ter compromisso e responsabilidade”, afirmou o advogado.

(Com informações de James Oliveira da RBATV)

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