Projeto reúne participações regionais e propõe um manifesto sobre autoestima, amor e pertencimento na juventude negra.

O artista Hayone acaba de lançar o EP “Sobre a Pele”, um projeto que traduz em versos e batidas as complexidades da juventude negra, unindo versatilidade musical, desilusões amorosas e vivências cotidianas. Com oito faixas, o trabalho já está disponível em todas as plataformas de streaming e no canal da gravadora 094 REC no YouTube.

O disco reúne participações de peso da cena regional, como Jovem Pou na faixa “Tudo Posso”, Lalo em “Made In Norte”, 6lack Jheff em “Focado”, Raikage em “Ela Fala Que Ama”, além da participação especial de Myllena Assunção em “Doce Menina Veneno”.

Musicalmente, o EP cria um mosaico sonoro contemporâneo ao misturar samples de guitarras e percussões afro-brasileiras, como congas e atabaques, em uma fusão de Drill, Funk, Afrobeat e Trap. O resultado é uma sonoridade que reflete identidade e liberdade criativa.

Mais do que um trabalho musical, “Sobre a Pele” é também um manifesto poético e social. Hayone propõe uma reflexão sobre como a cor da pele influencia trajetórias e percepções, especialmente entre jovens negros.

“A ideia é elevar a autoestima e o amor próprio, celebrando beleza e diversidade, além de romper com estereótipos que associam homens negros à agressividade. Cresci em um ambiente de afeto e quero mostrar meu lado romântico e carinhoso nas minhas músicas”, afirmou o artista.

Em uma nova fase criativa, Hayone deixou de lado as rimas rápidas e críticas sociais diretas para explorar melodias mais amplas e temas afetivos, buscando uma conexão mais íntima com o público.

“Não gosto de me rotular; transito por vários estilos. Essa versatilidade enriquece meu repertório e me permite alcançar novos ouvintes com um som mais melódico e letras de amor”, destacou.

Com “Sobre a Pele”, Hayone consolida-se como uma das vozes emergentes da cena musical regional, apresentando um trabalho que dialoga com questões identitárias e emocionais, mas sem abrir mão da musicalidade envolvente. O EP celebra autoestima, empatia e pertencimento, mostrando que a produção independente do Norte também tem muito a dizer — e a emocionar.