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Oito novas mortes de recém-nascidos em 48 horas aprofundam crise no Hospital Materno Infantil de Marabá

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26 abr

O Hospital Materno Infantil (HMI) de Marabá volta a ser palco de um cenário devastador. Em apenas 48 horas, entre quarta (23) e quinta-feira (24), foram registrados oito novos óbitos fetais na unidade, referência para partos de média e alta complexidade no sudeste do Pará. A informação foi confirmada por fontes internas e membros do Conselho Municipal de Saúde ouvidos pelo Blog sob condição de anonimato. Com esses casos, o número de mortes de recém-nascidos no hospital chega a pelo menos 22 apenas em 2024.

De acordo com relatos obtidos pela reportagem, três dos oito bebês já teriam chegado à unidade sem batimentos cardíacos. A situação, porém, é agravada por denúncias envolvendo falhas no equipamento responsável por verificar os batimentos fetais e pela ausência de plantão contínuo de médicos obstetras. Entre os casos mais delicados está o de uma gestação de trigêmeos e o nascimento de um bebê de 4 quilos.

O Portal tentou contato com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Marabá desde a tarde da quinta-feira (24), mas até a publicação desta matéria não obteve qualquer retorno. A direção do hospital também foi procurada, sem sucesso. Funcionários e conselheiros de saúde afirmaram que ao menos seis dos oito novos casos foram reconhecidos como natimortos pela própria direção da unidade.

Essas mortes recentes se somam às 14 já registradas entre janeiro e o início de abril — entre elas, a de um prematuro extremo de 25 semanas, com apenas 670 gramas, que morreu após dois dias na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI), e a do bebê de Dayane Santos de Sousa, que chegou à unidade com dores e sangramento no início de fevereiro. Mesmo com tentativa de reanimação, o bebê não resistiu.

Imagens obtidas com exclusividade pela reportagem mostram novamente veículos funerários circulando no pátio do hospital, localizado no núcleo Marabá Pioneira. A ausência de respostas oficiais e a tentativa de silenciar os fatos têm ampliado o sentimento de insegurança entre pacientes e profissionais de saúde. Diante do agravamento da crise, crescem os questionamentos sobre uma possível omissão de informações ao Ministério Público e à Câmara Municipal de Marabá.

A população aguarda explicações urgentes — e medidas imediatas.

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