Na manhã desta terça-feira (3), o Partido Liberal (PL), do prefeito eleito Toni Cunha, pediu vistas do polêmico Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 2/2024, durante sessão na Câmara Municipal de Marabá. A solicitação foi feita pelo vereador Cabo Rodrigo, que falou em nome da bancada do partido, defendendo uma análise mais aprofundada da proposta.
O projeto, apresentado pela base aliada do atual prefeito Tião Miranda, tem gerado controvérsia por adiar para 2026 a aplicação de sanções previstas nos §§ 5º, 6º e 7º do Art. 147-A da Lei Orgânica. Críticos afirmam que a medida visa blindar Tião de possíveis reprovações de contas, especialmente na área da saúde, marcada por problemas desde a gestão de Monica Borchat.
Preocupação Estratégica do Prefeito Eleito
O pedido de vistas reflete preocupações estratégicas do PL e do prefeito eleito Toni Cunha. Caso Tião Miranda consiga manter seus direitos políticos mesmo com eventuais reprovações de contas, ele poderia se tornar uma ameaça política tanto para as eleições de 2026, na disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa, quanto na possível tentativa de reeleição de Toni Cunha na Prefeitura de Marabá.
Fontes próximas a Toni Cunha avaliam que a manutenção de Tião Miranda no cenário político representa um desafio considerável, dada sua influência e histórico eleitoral no município. A movimentação do PL na Câmara reforça o posicionamento de vigilância do partido em relação a decisões que podem impactar diretamente o equilíbrio político de Marabá.
Cenário de Disputa e Pressões na Câmara
A base de Tião Miranda, por outro lado, tem trabalhado para aprovar o projeto sob o argumento de dificuldades técnicas e orçamentárias relacionadas às sanções. Contudo, o pedido de vistas do PL cria uma nova dinâmica, dando tempo para que a oposição articule resistência e amplie o debate público sobre os impactos da emenda.
Com a solicitação de vistas, o projeto permanece em análise e deve retornar à pauta nas próximas sessões. O desfecho da votação poderá moldar não apenas os últimos meses da gestão de Tião Miranda, mas também o tabuleiro político que se desenha para os próximos anos em Marabá.
A decisão da Câmara, agora, será um divisor de águas entre proteger os interesses públicos ou ceder a pressões políticas que visam blindar a atuação de gestores diante de eventuais irregularidades.