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Prefeito de Marabá avança na compra de veículo blindado enquanto servidores se preparam para greve

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25 abr

Mesmo diante da iminência de greve de servidores da educação e da saúde, a Prefeitura de Marabá segue avançando na compra de um veículo blindado de luxo para uso exclusivo do prefeito Toni Cunha. Segundo fontes da própria Secretaria Municipal de Administração, o automóvel já está prestes a ser empenhado — e, na prática, o compromisso financeiro com a empresa fornecedora já foi firmado no final de fevereiro deste ano.

De acordo com dados do Portal da Transparência, o empenho de R$ 474.800,00 foi emitido em 28 de fevereiro de 2025, em favor da empresa Prestige Blindagem em Automóveis Ltda. O processo foi viabilizado por meio da modalidade de licitação por “carona” — ou seja, aproveitando o resultado de uma ata de registro de preços realizada por outro órgão público — e formalizado pelo Contrato nº 123/2025-SEMAD.

O veículo é um SUV blindado com proteção nível III-A, o mesmo utilizado por autoridades sob risco elevado. O investimento foi classificado como “equipamento e material permanente” e pago com recursos não vinculados de impostos — dinheiro que poderia ser aplicado livremente em qualquer área prioritária, como saúde, educação ou infraestrutura.

A decisão de manter a compra ganhou respaldo judicial no início de abril, quando a Justiça revogou a liminar que havia suspendido o contrato por suspeitas levantadas pelo Ministério Público. Para o MP, havia indícios de irregularidades e falta de justificativa plausível para o gasto em meio às necessidades do município.

Enquanto isso, professores, enfermeiros e demais servidores organizam assembleias para deliberar sobre uma possível paralisação. O estopim é o congelamento salarial e a ausência de propostas da gestão para atender reivindicações históricas das categorias.

Nas ruas e nos bastidores, cresce o sentimento de que a blindagem do veículo simboliza não apenas um escudo físico, mas também político: o afastamento da realidade vivida por grande parte da população marabaense. E para muitos, a mensagem passada pela gestão é clara — a segurança do prefeito vem antes das condições de trabalho dos servidores.

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