Nesta terça-feira (29), duas manifestações distintas em Marabá, no Pará, prometem paralisar trechos de rodovias federais na região. Moradores do bairro São Miguel da Conquista planejam protestar contra ordens de despejo e a falta de regularização fundiária, enquanto lideranças indígenas da Terra Indígena Mãe Maria, em Bom Jesus do Tocantins, anunciam a interdição da BR-222 para reivindicar melhorias na Educação.
O primeiro protesto deve começar às 5h, com uma mobilização dos moradores em frente ao Fórum de Marabá. Buscando chamar a atenção das autoridades para o risco de despejo e os altos valores de regularização, os manifestantes consideram bloquear a ponte sobre o Rio Itacaiunas, afetando o trânsito na BR-230 e nas principais vias da cidade. A comunidade enfrenta a possibilidade de perder suas casas devido a uma ordem judicial que estipula valores de até R$ 60 mil por lote, com um prazo de 15 dias para desocupação e multa diária de R$ 1 mil para aqueles que não saírem. José de Arimateia, presidente da Associação de Moradores, afirma que cerca de 2.900 famílias serão impactadas.
Posicionamento dos proprietários e andamento das negociações
Os advogados Félix Marinho e Juliana de Andrade Lima, representantes da Belo Horizonte Empreendimentos Imobiliários Ltda., proprietária da área, destacaram que existe um acordo de compra facilitada para os ocupantes, firmado durante a gestão do então prefeito Maurino Magalhães. Esse acordo permitiu que os moradores adquirissem seus lotes por valores abaixo do mercado, desde que regularizassem a situação em cartório.
“Até agora, cerca de 120 ocupantes foram notificados, e mais de 90 acordos já foram firmados fora do âmbito judicial”, afirma Félix Marinho, ressaltando que o modelo de regularização tem tido bons resultados e pode inspirar outras áreas invadidas.
Indígenas bloqueiam BR-222 em busca de melhorias na Educação
Simultaneamente, às 7h, lideranças da Terra Indígena Mãe Maria planejam interditar a BR-222. A comunidade, que reúne 31 aldeias, reivindica a construção de uma escola para atender os jovens da aldeia Krimatijê. Em um vídeo, o representante Jamre Gavião explica que a decisão foi consensuada entre os caciques e que o bloqueio será mantido até que as demandas sejam atendidas pelo governo estadual.
Com informações de Blog do Zé Dudu