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Toni Cunha choca servidores públicos de Marabá ao propor aumento zero no vale alimentação e se recusar a pagar piso dos professores

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24 abr

A reunião da Mesa de Negociação entre a gestão municipal e os servidores públicos de Marabá, realizada nesta quarta-feira (23), terminou em indignação e protestos. O motivo: o prefeito Toni Cunha Sá (PL) surpreendeu negativamente ao propor reajuste zero no já defasado vale-alimentação e se recusar a apresentar qualquer proposta para o pagamento do piso nacional dos professores da rede municipal.

A ausência do prefeito na reunião — que ocorreu na Casa dos Conselhos Municipais, no bairro do Incra, núcleo Cidade Nova — acirrou ainda mais os ânimos. Em vez de comparecer, Toni optou por participar de um evento em Belém sobre a COP 30, atitude que revoltou os servidores, que fecharam a rodovia Transamazônica em protesto.

O congelamento do vale-alimentação, atualmente em torno de R$ 500, causou perplexidade. O valor é considerado insuficiente diante do custo de vida e do que outras cidades da região vêm oferecendo. Parauapebas, por exemplo, anunciou recentemente reajuste que elevou o benefício para R$ 1.500. Já em Marabá, a proposta do governo foi manter tudo como está.

Além disso, os servidores da saúde, que há 14 anos não veem reajuste em seus plantões, ouviram da gestão uma proposta de apenas R$ 20 de aumento — valor considerado simbólico e até ofensivo por representantes da categoria.

Mas o ponto mais grave envolve a educação. Segundo nota oficial do Sintepp, o prefeito propôs um reajuste salarial de 3,15%, dividido em duas parcelas: metade em maio de 2025 e a outra parte somente em janeiro de 2026. Nenhuma menção foi feita à hora-atividade dos professores, e tampouco à correção do salário-base, hoje em R$ 3.333,52 — muito abaixo do piso nacional de R$ 4.867,77 fixado para este ano.

Estudos apresentados pelo DIEESE demonstram que a Prefeitura de Marabá possui margem fiscal suficiente para implementar os reajustes, sem violar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Mesmo assim, a gestão insistiu na justificativa de que não há espaço no orçamento.

A revolta dos servidores terminou com um indicativo de greve geral a ser iniciada na próxima semana, caso não haja avanço nas negociações.

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