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Toni Cunha quer cancelar recursos da APAE, Obra Kolping, Capuchinhos e outras instituições filantrópicas de Marabá

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9 maio

Em uma declaração polêmica feita nesta sexta-feira (9) pelas redes sociais, o atual prefeito de Marabá, Toni Cunha (PL), propôs que os vereadores abram mão das emendas parlamentares destinadas, entre outras finalidades, a instituições filantrópicas do município. A proposta, segundo ele, visa redirecionar os recursos para reajustes salariais e aumento no vale-alimentação dos servidores, além de obras como o asfaltamento de trechos da zona rural.

No entanto, a proposta ignora o papel crucial desempenhado por instituições como a APAE, a Obra Kolping e os Capuchinhos — entidades que recebem parte dessas emendas e desenvolvem ações fundamentais em áreas que o próprio poder público não consegue atender de forma plena.

A APAE, por exemplo, realiza atendimento especializado a crianças e adolescentes com autismo e outros tipos de deficiência, oferecendo suporte educacional, psicológico, terapêutico e de inclusão social. A Obra Kolping atua na formação de jovens e adultos de baixa renda, ofertando cursos gratuitos de qualificação profissional e contribuindo para inserção no mercado de trabalho.

Já os Capuchinhos — ordem franciscana da Igreja Católica — mantêm uma das estruturas mais completas de atendimento médico filantrópico do município, com consultas em diversas especialidades como cardiologia, ortopedia, ginecologia, entre outras, atendendo gratuitamente a população carente. A atuação deles desafoga diretamente o sistema municipal de saúde, que não dá conta da demanda existente.

Ao criticar as emendas destinadas a essas entidades, o prefeito chamou os repasses de “valores para entidades privadas”, demonstrando, segundo especialistas ouvidos pelo Portal, profundo desconhecimento sobre o funcionamento do terceiro setor. Diferentemente de empresas privadas com fins lucrativos, essas organizações são geridas por diretorias colegiadas, sem fins lucrativos, com rígidos mecanismos de controle, e são responsáveis por garantir parte essencial da rede de proteção social de Marabá.

Diante das declarações do prefeito, todas as instituições sociais e filantrópicas do município iniciaram uma articulação conjunta e vão realizar, em breve, uma grande audiência pública na Câmara Municipal de Marabá para prestar contas de suas atividades à sociedade. A intenção é mostrar com transparência os serviços que realizam, o impacto social de suas ações e o quanto contribuem para o bem-estar da população marabaense.

A proposta de Toni Cunha gerou indignação entre lideranças comunitárias, sociais e também nos bastidores da Câmara. Nos corredores, a avaliação é de que o prefeito tenta montar um discurso de corte de gastos às custas de serviços essenciais prestados por instituições reconhecidas e respeitadas no município.

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