A Justiça do Pará determinou a suspensão imediata da compra de um veículo blindado no valor de R$ 474,8 mil para uso do prefeito de Marabá, Antônio Carlos Cunha Sá, conhecido como Toni Cunha. A decisão atende a um pedido do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), que apontou irregularidades na aquisição e questionou a falta de planejamento orçamentário da gestão municipal.


A compra do carro foi denunciada pelo vereador Ilker Moraes Ferreira, presidente da Câmara Municipal, e motivou a abertura de uma investigação pelo MPPA. Segundo o órgão, a aquisição foi realizada por meio da adesão a uma Ata de Registro de Preços do Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI), mas sem comprovação de vantajosidade econômica para o município. Além disso, o Ministério Público destacou que a decisão de compra não considerou a realidade financeira de Marabá, que enfrenta dificuldades em áreas essenciais como saúde e infraestrutura.

A Controladoria Geral do Município (CONGEM) também alertou para a insuficiência da dotação orçamentária e recomendou cautela na aquisição do veículo. Ainda assim, o contrato foi assinado no dia 19 de fevereiro de 2025 com a empresa Prestige Blindagem em Automóveis LTDA, com sede em Fortaleza (CE).

Na decisão, a juíza Aline Cristina Breia Martins, da 3ª Vara Cível e Empresarial de Marabá, apontou fragilidades no planejamento da despesa pública e a ausência de estimativa de impacto financeiro, elementos exigidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Além disso, a magistrada ressaltou que o contrato já estava em fase de execução, o que poderia levar a um desembolso imediato de recursos públicos.

Com isso, a Justiça determinou a suspensão do contrato até que a prefeitura apresente estudos detalhados sobre o impacto orçamentário e financeiro da compra. O município também deverá demonstrar a adequação do gasto às normas fiscais.

A decisão representa um revés para o prefeito Toni Cunha, que ainda não se manifestou sobre o caso.
Enquanto isso, denúncias de falta de merenda escolar e professores em várias escolas da zona urbana e rural do município, continuam a surgir diariamente, além do descaso por faltas de macas e cadeiras de rodas e até ambulâncias na secretaria de saúde.