A sessão de abertura do terceiro ano legislativo da 61ª Legislatura da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) aconteceu nesta terça-feira (4), marcando o início dos trabalhos de 2025. O evento solene reuniu representantes dos três poderes, reforçando a aliança entre as esferas da administração pública.
Entre os presentes na mesa de abertura estavam o desembargador Roberto Moura, presidente do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), o governador Helder Barbalho (MDB), o procurador-geral de Justiça, César Mattar, seu sucessor Alexandre Tourinho, a defensora pública Mônica Belém e o vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado, Luís Cunha. A vice-governadora Hana Ghassan (MDB) também compôs a cerimônia.
Helder Barbalho aposta na COP 30 como legado para o Pará
O governador Helder Barbalho iniciou sua mensagem destacando a importância histórica do momento vivido pelo estado. Ele afirmou que 2025 representa o “ano da Amazônia”, enfatizando a realização da COP 30 em Belém, evento que ocorrerá pela primeira vez no Brasil e na região amazônica. Para Barbalho, a conferência coloca o Pará no centro do debate global sobre sustentabilidade.
“O Pará será o local que pode determinar o futuro da humanidade. Estamos preparados para o desafio do amanhã, com um legado que ecoará por gerações”, declarou. Ele comparou o momento ao ciclo da borracha, argumentando que a mobilização para a COP 30 pode impulsionar políticas públicas voltadas à bioeconomia e à preservação ambiental.
Investimentos em educação contrastam com crise e protestos
O governador também exaltou os avanços na educação, mencionando que o Pará subiu do 29º para o 6º lugar no ranking nacional de qualidade do ensino em 2024. Barbalho anunciou um orçamento de R$ 9 bilhões para a área em 2025, um aumento de 31%, destacando a redução da evasão escolar e a melhoria na frequência dos alunos. “Queremos um estado em que todos tenham oportunidades iguais”, afirmou.
No entanto, a realidade da educação paraense enfrenta desafios. Enquanto o governador discursava, indígenas de diversas etnias seguiam acampados há 21 dias na sede da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), exigindo a revogação da Lei 10.820/2024, que altera o Estatuto do Magistério. Do lado de fora da Alepa, um protesto reuniu indígenas e profissionais da educação, resultando em tensão e empurra-empurra com a polícia.
Desenvolvimento econômico e promessas para a saúde
Helder Barbalho também abordou o desenvolvimento econômico, reforçando a expectativa de que a COP 30 gere novos mercados e oportunidades para o Pará. O governador afirmou que a transição para uma economia sustentável, baseada na bioeconomia e na redução de emissões de carbono, será um dos pilares do crescimento do estado.
Na saúde, ele citou a expansão das Usinas da Paz como um dos principais investimentos da gestão, além de prometer avanços na estrutura hospitalar e no atendimento à população.
Oposição evita embates diretos com governo
No campo da oposição, coube ao deputado Neil (PL) o discurso durante a sessão. No entanto, o parlamentar evitou confrontos diretos com o governo e focou sua fala em infraestrutura e segurança pública. Entre os principais pontos, destacou a necessidade de reajuste salarial para os policiais militares.
A sessão marcou o início de um ano legislativo que promete ser agitado, com o governo apostando na COP 30 como vitrine internacional e setores da sociedade organizados cobrando respostas para problemas internos, como a crise na educação.