A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou na última sexta-feira (25) que, com o início das chuvas em várias regiões do Brasil, a bandeira tarifária de energia para novembro será amarela. Isso significa uma redução na cobrança adicional que incide na conta de luz, aliviando o bolso dos brasileiros a partir do próximo dia 1º.
Em outubro, a bandeira estava no patamar vermelho 2, o mais caro da escala, impulsionando a inflação e afetando diretamente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). A taxa de 0,54% do índice teve uma contribuição significativa do aumento de 5,29% na energia elétrica residencial, com impacto de 0,21 ponto percentual.
Essa cobrança elevada foi necessária devido à seca prolongada, que baixou os níveis dos reservatórios e aumentou o uso de usinas térmicas, onde o custo de geração de energia é mais alto.
Mudança inesperada
A alteração para bandeira amarela foi uma surpresa, já que no mês anterior a própria Aneel havia sinalizado que o patamar vermelho (1 ou 2) poderia se manter até o final do ano. A recente melhora nos níveis dos reservatórios possibilitou a mudança, mas a Aneel alerta que as previsões de chuvas e vazões ainda estão abaixo da média, o que mantém as térmicas em operação.
Embora a bandeira amarela ainda implique uma taxa extra, ela é significativamente menor, custando cerca de sete vezes menos que a bandeira vermelha 2, usada em outubro.
Medidas para reduzir custos e melhorar o abastecimento
Para enfrentar o cenário de baixa hidrologia, o Ministério de Minas e Energia implementou ações para ajudar a reduzir os custos e garantir a estabilidade da oferta de energia no país. Entre as iniciativas adotadas estão:
• Intensificação do uso das termelétricas durante o período de seca;
• Proteção dos recursos hídricos da bacia do Rio Paraná;
• Operação flexível de usinas a Gás Natural Liquefeito (GNL);
• Integração da usina termelétrica Porto do Sergipe na rede de gasodutos do Nordeste.
O governo também considerou reativar o Horário de Verão para aliviar o sistema, mas decidiu aguardar. A medida pode ser reavaliada para 2025, caso as condições de estiagem sejam intensas novamente.
Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília